A velha cidade
A cidade dos homens é a cidade dos heróis, subúrbios minados, soldados fardados, crêem todos em um só, uma só saída, uma só esperança, uma só vida, uma só poesia. Heróis que dão respaldo, heróis inalienáveis. Trágicas máximas da epopéia suburbana, a trágica ilusão de Francisco, que crescerá atrás da igrejinha, na casinha pequenina, na casinha esculpida na dor, almejada no interior, no intimo dos sonhos puros, olhos maus a chamam de barraco, olhos tristes demonstram cansaço, afinal o que és ó casinha feita de madeira e barro?
Anjos na noite, bairros em pecado, reis de outras etnias aqui são destronados, nobres humilhados, ilustres desconhecidos, viajantes escondidos, que se refugiam em marquises, em estradas de sonhos, profundos e belos, ricos castelos, guerreiros eternos, que não usam ternos, mas para sempre eternos, em humildes versos. Provas de dignidade, não dêem ouvidos, na cidade dos homens impera a insanidade, o ódio profano, a casta dos excluídos, a irmandade dos manos.
Fabriquem sonhos, mas por favor deixe-nos desfrutá-los, aqui somente se semeia frutos amargos, que de tempos em tempos, florescem gigantes e não as mesmas lagrimas, os rostos tristes, cabeças baixas. A tribo dos Franciscos marcha, em direção ao nada. Ninguém sacia a vontade de crescer, ninguém nos faz entender essa limitação do desfrutar, do amar, enfim do viver.
Originalemente publicado em 11 de junho de 2007 no extinto improloucunismo pós-româncomico
Sunday, January 17, 2010
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